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Contra quem, ou o que Jacó lutou?

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Em Genesis 32 vemos uma luta muito difícil de entender. Jacó luta contra um Anjo (?), evento interpretado ali e em toda a Bíblia como se ele lutasse contra o próprio Deus (?!?). Isto já é estranho ao leitor contemporâneo como está. Mas a questão se agrava. No trecho, Jacó fez passar toda a sua família por um ribeiro, ficando para trás sozinho. Ali ele teria enfrentado algo durante toda a noite. "Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um homem, até que a alva subiu. E vendo este que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa, e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, lutando com ele. E disse: Deixa-me ir, porque já a alva subiu. Porém ele disse: Não te deixarei ir, se não me abençoares. E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó. Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste. E Jacó lhe perguntou, e disse: Dá-me, peço-te, a saber o teu nome. E disse: Por que perguntas pelo meu nom

SAMUEL E A NECROMANTE DE EN-DOR: DIFICULDADES HERMENÊUTICAS

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Bruxa de Endor, D. Martynov. Por Thiago da Silva Pacheco* A passagem é relativamente conhecia, e de consequências polêmicas. Saul estava diante de uma guerra inevitável. Teria de enfrentar o temível exército filisteu, contra o qual suas tropas não eram páreo. Naqueles tempos angustiantes, os profetas não mais traziam-lhe vaticínios, e os métodos divinatórios dos sacerdotes também nada lhe respondiam acerca do que fazer na guerra. Desesperado, ele ordenou a seus servos que lhe levassem a uma necromante. Seu intento: trazer o eminente profeta Samuel dentre os mortos, para que lhe pudesse orientar naquela crise. Numa madrugada, dentro do refúgio da feiticeira, o evento se deu, e encontra-se narrado em 1 Sm 28. Trata-se de um texto em ampla disputa por espíritas e protestantes. Os espíritas apropriam-se dele como "prova" de que a  mediunidade  é demonstrada pela própria bíblia. Uma postura não surpreende (inusitado seria o contrário...). Já os pro
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O Problema do Ser em Aristóteles A antinomia entre unidade e multiplicidade, entre ser e devir, encontrada tão claramente nos pré-socráticos, irá permanecer no dualismo metafísico de Platão e será enfim concrecionada em Aristóteles. Ao conciliar as noções de determinabilidade e de determinação, Aristóteles realizaria a grande concreção da filosofia que lhe precedera. O que é o ato? O ato é o ser em sua eficiência, é o ser “sendo”. Todo ato, enquanto ato, é perfeito, porque é eficiente. O ato é a determinação. A potência é a sua capacidade de produzir (ativa) ou de receber (passiva), é o ato possível, ou, mais fundamentalmente, o ser possível. Todo ser que não é o absoluto é um ser condicionado, portanto possível. A potência é o determinável. Diferente de Deus, que é infinito, perfeito, que está sempre em ato, todo ser natural atualizado foi antes um ente possível. A oposição entre possível e real não é antinômica, mas antagonista, pois, como diz Mário, “o atual é o cumprimen

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